terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Obrigado Sócrates, por Juarez Ayres
A gente começava a dar os primeiros chutes numa bola bem cedo, e logo que virava um moleque, já estava jogando as primeiras "peladinhas" bem alí na frente de casa mesmo, naquela estrada de barro, onde com os amigos de infância faziam duas traves pequenas com chinelos, ou então, juntavam dois tijolos para montar as balizas do goleiro. A molecada crescia, a paixão pelo futebol aumentava, e agora, venho a lembrar que foi lá pelos meus 10-11 anos de idade que aprendi a entender, discutir e apreciar o futebol. Assim como a maioria da rapaziada daquela época, éramos torcedores de algum time grande de Rio-São paulo-Porto Alegre, e no meu caso, torcia para um dos quatro cariocas. E paralelamente havia uma forte torcida pela Seleção Brasileira. Lembro-me muito bem que a primeira copa do mundo que acompanhei, já entendendo alguma coisa sobre o assunto, foi a de 1982 na Espanha. Ah, a copa de 82! A mais bela das copas gravadas em minha memória. Jamais esquecerei daquela nossa seleção, que mesmo não tendo conquistado aquele título, encantou o mundo com um time de jogadores geniais e um futebol de magia. E entre aqueles gênios da bola estava um cara, o qual era conhecido como Magrão ou o Dr. Sócrates, ou simplesmente Sócrates. Talvez eu não tive o privilégio de ter visto a geração de Pelé jogar, mas posso dizer que quando me vi no mundo do futebol, me encontrei com esta outra geração fantástica, por onde passaram nomes como Maradona, Zico, Falcão, Paolo Rossi, Careca, Roberto Dinamite, Júnior, Zenon, Platini, Romerito, entre outros, e o Dr. Sócrates. E naqueles meus 10-11 anos de idade, eu começava também a me encantar com o futebol artístico e elegante que o Magrão jogava. A partir disso, sempre tenho afirmado que Sócrates foi um dos melhores jogadores que já vi jogar. Sempre lembrarei daquela camisa canarinho número 8, daquele golaço contra a antiga União Soviética do goleiro Dasayev ( o primeiro do Brasil naquela copa ), dos toques de calcanhar e de lances poéticos com a bola nos pés. Não sou e nunca fui corinthiano, mas muitas vezes parei para ver jogos do time paulista só pra ver o Dr. jogar. Infelizmente no último final de semana, Sócrates se despediu dessa vida. Em seu lado público sempre mostrou ter sido um grande ser humano, grande intelectual, admirado e respeitado pelos amigos que o conheciam. E dentro do templo futebolístico, sem dúvidas foi um dos maiores craques que passaram pelos gramados. Obrigado Sócrates! Sua arte e talento foi um presente para quem o viu jogar, e serão lembrados eternamente. Com certeza você já deve estar vestindo a camisa número 8 de uma super seleção que há no andar de cima. Esteja sempre iluminado!
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Excelente texto. Hoje temos que ver um bando de cabeças de bagre jogando na meia cancha das equipes, que hoje em dia o melhor deles não chega aos pés do Sócrates.
ResponderExcluirLegal rapaziada. Vai fazer parte de blogs da minha leitura diaria. Sucesso!
ResponderExcluirAh bicho,
ResponderExcluirFutebol é paixão, não um negócio para filhinhos de papai enriquecerem e mandarem uma nação inteira para o "que se foda".
Sócrates é um marco da época do futebol paixão.
Serjão, honra-nos muito com tua visita. Um grande abraço e que 2012 o nosso querido e amado Avaí possa voltar a nos dar as alegrias de outrora.
ResponderExcluirE com o parceiro de blog, o Juarez Ayres (marca registrada), é promessa de ótimos textos.
Raniere, permita-me também agradecer ao Serjão e também ao amigo Emputecido da Costeira pela visita no blog. Obrigado aos dois pela participação e comentários. Continuaremos contando com suas honrosas visitas.
ResponderExcluirAbraços!